quarta-feira, 13 de abril de 2011

A ilusão do antropocentrismo e da inflação egóica


Por Augusto Mascarenhas 


Vale a pena assistir o vídeo abaixo de Mário Cortella sobre a arrogância humana. Após, sugiro ao leitor que dê uma pesquisada sobre o tema "biocentrismo" (ressalto que a definição contida na Wikipedia em português está simplesmente péssima. Sugiro, de início, este link: http://www.cenedcursos.com.br/antropocentrismo-biocentrismo-direito-animais.html ). A difusão desta nova visão faria muito bem para o planeta.

Necessário esclarecer, contudo, que o antropocentrismo teve grande importância histórica ao representar uma oposição à visão teocêntrica irracional predominante (mas não exclusiva) na Idade Média, visão esta que de certa forma "amarrou" por um tempo o progresso da filosofia e das ciências, sobretudo em razão dos empecilhos postos pela Igreja Católica à liberdade de expressão (nada que fosse divergente da “verdade revelada" na Bíblia, ou da visão dos "doutores" da Igreja poderia ser divulgado).

Mas, superada a fase do óbice teocêntrico, o antropocentrismo também passou a ser um problema, na medida em que a atenção exclusiva passou a ser dada às exigências e interesses imediatos do ser humano, em detrimento da sustentabilidade ambiental e do respeito às demais espécies vivas.

Portanto, a meu ver a adoção do novo paradigma biocêntrico é uma necessidade urgente, até mesmo para que seja possível a preservação da espécie humana no longo prazo. A sustentabilidade ambiental (pressuposto para a boa qualidade da vida humana) não é possível sem a manutenção da biodiversidade.


Vale esclarecer, sobretudo aos opositores do biocentrismo, que a ética biocêntrica não tem como pressuposto nem como consequência lógica um retrocesso com relação aos direitos fundamentais conquistados arduamente pela humanidade no decorrer da sua história. Pelo contrário, é mais um movimento de expansão de tais direitos, passando a abarcar também a esfera extra-humana.


Obs: ao contrário do que afirma Cortella no vídeo, não há ainda consenso científico sobre se o universo irá se retrair no futuro ou se continuará se expandindo indefinidamente.

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